Clara luz da noite

Pensamento aos pedaços

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‘Não se nasce mulher, torna-se mulher’.
Simone de Beauvoir (Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir)
(Paris, 9 de janeiro de 1908 — Paris, 14 de abril de 1986)


Ícone feminista, escritora e filósofa completaria 106 anos hoje.
Você pode vê-la homenageada no Doodle do Google hoje.

As suas obras oferecem uma visão sumamente reveladora de sua vida e de seu tempo. Escritora, filósofa existencialista e feminista francesa Simone Beauvoir produziu um rico conjunto de escritos, incluindo obras sobre ética, feminismo, ficção, autobiografia e política. Sua obra filosófica mais famosa e influente, ‘O Segundo Sexo’ de 1949, anunciava uma revolução feminista e permanece até hoje como texto central na investigação da opressão e libertação das mulheres. Cada uma de suas obras nos oferece uma perspectiva sobre a vida de um dos filósofos mais poderosas do século 20, uma das intelectuais femininas mais influentes sobre a história do pensamento ocidental. É dela uma das principais frases do movimento feminista: ‘Não se nasce mulher, torna-se mulher’.
Durante a maior parte de sua vida, Beauvoir estava preocupada com a responsabilidade ética que o indivíduo tem de si mesmo, com os outros indivíduos e com grupos oprimidos. No entanto, a maioria dos filósofos concorda que a maior contribuição de Beauvoir à filosofia é ‘O Segundo Sexo’ de 1949. E era tão controverso que o Vaticano colocou-o, juntamente com o seu romance, ‘Os Mandarins’, no índice de livros proibidos, mas permanece até hoje como um dos textos fundamentais da filosofia, do feminismo e dos estudos das mulheres. Em suas autobiografias e romances, Beauvoir incorpora temas existenciais, problemas e questões em sua tentativa de descrever a situação humana em tempos de turbulência pessoal, agitação política e social.
Simone de Beauvoir foi casada com o também filósofo Jean-Paul Sartre. Um dos casais mais célebres da história, Simone e Sartre viveram um relacionamento pouco convencional que durou 50 anos. Eles desafiaram a moral do seu tempo, vivendo muitos amores, assumindo compromissos públicos na contramão da mentalidade dominante em sua época. Foram reverenciados, mas também criticados e odiados. A notável cumplicidade do casal permitia que dividissem não somente interesses e preocupações, mas também amantes. E essa liberdade era exercida mediante um pacto incomum: eles contavam tudo um para o outro. Bonita, ícone do feminismo, Beauvoir era igualmente uma sedutora e teve muitos amantes homens, mas também se envolveu com mulheres, fato que ela sempre negou e que só se tornou público após a sua morte, com a divulgação de suas cartas.
‘Une Femme Actualle’ (Uma Mulher Atual) é um documentário de 2007 dirigido por Dominique Gros.
‘Les Amants du Flore’ (Os amantes do Café Flore) de 2006 e dirigido por Ilan Duran-Cohen é baseado na história real de Simone de Beauvoir. Mostra sua vida sentimental e sexual, cheia de encontros, principalmente do café Flore, e desencontros, com direito à paixões paralelas.



Livros de Simone
A convidada (1943) 
Pyrrhus e Cinéas (1944)
O sangue dos outros (1945)
As Bocas Inúteis (1945)
Todos os homens são mortais (1946)
Por uma Moral da Ambigüidade (1947)
A América dia a dia (1948)
O segundo sexo (1949)
Os mandarins (1954)
Privilèges (1955)
A Longa Marcha (1957)
Memórias de uma moça bem-comportada (1958)
Na Força da Idade (1960)
A força das coisas (1963)
Uma Morte Muito Suave (1964)
As Belas Imagens (1966)
A Mulher Desiludida (1967)
A velhice (1970)
Tudo dito e feito (1972)
Quando o Espiritual Domina (1979)
A cerimônia do adeus (1981)





Clarice Lispector merece ser duplamente lembrada no começo de dezembro. Apenas um dia antes de sua data de nascimento, 10/12, completam 35 anos desde que a escritora ucraniana naturalizada brasileira morreu. 
Clarice transbordava emoção, perdi a conta de quantas vezes li Água Viva, para mim um dos melhores livros da história. Sempre acho que posso escrever quando o releio.
Por conta da data homenagens estão rolando por aí. Na Hora de Clarice, página oficial da editora Rocco, tem a programação dos eventos comemorativos rolando nas capitais do país. 
Até o Bookforum, revista americana de literatura, lançou uma edição especial para homenagear Clarice.





“Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade.
  Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. [...] Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei."



     


Comemorações do dia, começa  com o aniversário do escritor irlandês, Jonathan Swit, o pai das "As viagens de Gulliver" (1726), que nascia em 30 de Novembro de 1667 em Dublin.

"No homem, o desejo gera o amor. Na mulher, o amor gera o desejo." - Jonathan Swift




Não poderia deixar de lado uma homenagem ao escritor Samuel Langhorne Clemens, conhecido mais por Mark Twain, que nascia dia 30 de Novembro de 1835. 

"Recolha um cão de rua, dê-lhe de comer e ele não morderá: eis a diferença fundamental entre o cão e o Homem." - Mark Twain




O último e triste é de falecimento de Oscar Wilde que falecia em 30 de Novembro de 1900 aos 46 anos. 

Foi considerado um dos dramaturgos mais popular em Londres.

"Não quero ir para o céu: nenhum dos meus amigos está lá."

"Dinheiro não traz felicidade, mas dá uma sensação tão parecida que é necessário um especialista para ver a diferença"

"A insatisfação é o primeiro passo para o progresso de um homem e uma nação"



                                     



"Quem muda o mundo são as pessoas. O livro muda as pessoas".


                                                                                                                                       Pedro Bandeira








O dia 18 de abril foi instituído como o dia nacional da literatura infantil, em homenagem à Monteiro Lobato.

“Um país se faz com homens e com livros”. Essa frase criada por ele demonstra a valorização que dava à leitura e sua forte influência no mundo literário. Monteiro Lobato foi um dos maiores autores da literatura infanto-juvenil brasileira.


Assista aqui as palestras do ciclo de bate-papos Segundas Intenções, promovido pela SP Leituras, o escritor Pedro Bandeira na Biblioteca de São Paulo, com Pedro Bandeira, premiado e aclamado escritor brasileiro que é o autor de literatura juvenil que mais vende no Brasil.

"Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria."
                                                                              Jorge Luis Borges


Todo nosso trabalho deve ser conferido diariamente, depois de passada uma noite!!!


Hoje, 14 de março, é Dia do Livreiro, ou Vendedor de Livros, como preferirem!!!






Não é uma graça?!?!? Acho mágico as pequenas coisas singelas e simples!!! Bibliotecas me encantam por sua vida, porque sim! bibliotecas são sempre cheias de vida apesar dos maledicentes e mau leitores não conseguirem enxergar!!!

No mês de março é comemorado o Dia dos Bibliotecários!!! Por isso, resolvi fazer ao longo do mês vários posts sobre o assunto (como boa bibliotecária que sou!!!) rsrsrs...
Dia desses, navegando pelo blog Sentinela no Escuro, encontrei um post bem legal que conseguiu reunir os 10 bibliotecários que de alguma forma foram importantes para a história do mundo. Trata-se de uma lista de 25 personalidades recolhidas pelo site Online Best Colleges, eu fiz a minha lista e inclui um extra,  o admirável Jorge Luis Borges. A lista além de interessante, é curiosa e pra mim foi reveladora!


1.Melvil Dewey: criador do Sistema Decimal de Dewey, Melvil Dewey nasceu em Nova Iorque em 1851. Enquanto estudante do Amherst College, teve que trabalhar na biblioteca escolar para custear suas despesas. Acabou por permanecer como bibliotecário após a graduação. Depois de experimentar diferentes métodos de catalogação e organização para bibliotecas, o Amherst College publicou sua obra “A Classification and Subject Index for Cataloguing and Arranging the Books and Pamphlets of a Library” (Classificação e índice de assuntos para catalogar e organizar os livros e folhetos da biblioteca). Dewey é conhecido como “O pai da biblioteconomia moderna” e ajudou até mesmo a criar a Associação de Bibliotecas Americanas (ALA) em 1876.
2.São Lourenço de Roma:  como um dos santos padroeiros dos bibliotecários, São Lourenço foi um diácono católico morto pelos romanos em 258 d. C. por negar-se a entregar a coleção de tesouros e documentos do cristianismo os quais ele estava encarregado de guardar.
3.Mao Tse-tung: o homem responsável pela unificação da China durante as décadas de 1940 e 1950, quando foi formada a República Popular da China, era um bibliotecário. Em 1918, Mao era um jovem que viveu como um assistente de biblioteca na Universidade de Pequim. O bibliotecário chefe daquela universidade onde Mao trabalhava era marxista e teve êxito em arrastar Mao para o comunismo.
4.Giacomo Casanova: o infame espião, escritor, diplomata e amante  nasceu em Veneza durante a primeira metade do século 18. Apesar de ter sido um seminarista na Universidade de Pádua e no Seminário de São Cipriano, Casanova é bem conhecido por ter sido um beberrão e por seus casos escandalosos com diversas mulheres. Passou seus últimos dias trabalhando como bibliotecário em Dux,  na República Checa.
5.Papa Pio XI ou Achille Ratti: serviu a Igreja entre 1929-1939. Durante seu pontificado estabeleceu a Festa de Cristo Rei do Universo, além de ter pregado contra a injustiça social e as práticas de corrupção financeira. Antes de ter sido eleito, Ratti era um acadêmico e um bibliotecário. No Vaticano enquanto papa ficou conhecido por reorganizar os arquivos secretos.

6. J. Edgar Hoover : Como o lendário diretor do FBI, J. Edgar Hoover levou investigações domésticos de 1924-1972, como chefe do Bureau of Investigation e quando ele fundou o FBI em 1935. Em sua infância, no entanto, Hoover foi para escola à noite na Universidade George Washington e se sustentava trabalhando na Biblioteca do Congresso . Lá, ele era um mensageiro catalogador, e balconista. Em 1919, Hoover deixou a Biblioteca do Congresso e trabalhou como assessor especial do Procurador-Geral.
7.Lewis Carroll autor de Alice no País das Maravilhas, seu nome verdadeiro era Charles Lutwidge Dodgson. Dodgson cresceu em Cheshire e Yorkshire, na Inglaterra. Após graduar-se em matemática em Oxford, tornou-se o bibliotecário auxiliar da Christ Church. Deixou este cargo em 1857 para tornar-se um conferencista de matemática. Dodgson contou a história de Alice pela primeira vez para as três filhas do Deão da Christ Church em 1862. O livro foi então publicado três anos depois e continua sendo um clássico até os dias de hoje.
8.Laura Bush: a ex-primeira dama conseguiu seu mestrado em Ciências bibliotecárias na Universidade do Texas em Austin depois de  uma experiência como professora de primário. Como primeira dama do Texas, ela apoiou a campanha de George W. Bush e iniciou seus próprios projetos envolvendo educação e alfabetização. Quando seu marido tornou-se presidente dos Estados Unidos, Laura apoiou iniciativas de formação de bibliotecários e visitou diversas bibliotecas pelo mundo.
9.Marcel Proust: conhecido como um aclamado, crítico e obscuro romancista, Proust decidiu certa vez ir à escola para se tornar um bibliotecário. O escritor francês nasceu em 1871 e sua obra mais famosa Em busca do tempo perdido, continua a ser estudada nos dias de hoje.
10.Jacob Grimm: Os contos de fadas dos Grimm forma publicados pela primeira vez em 1812. Ainda hoje, as histórias de “João e Maria”, “Cinderela” e “A Branca de Neve” continuam sendo clássicos constantemente reinventados como peças teatrais, filmes da Disney e muito mais. Jacob Grimm trabalhou como bibliotecário em Kasel, após graduar-se em direito. Durante este período, Jacob e seu irmão Wilhelm reuniram contos folclóricos alemães que tratavam de cidadãos ansiosos que pretendiam unificar seus reinos tendo como base a cultura comum.

Extra. Jorge Luis Borges : Jorge Luis Borges é um escritor argentino que fez contribuições significativas para a literatura fantástica no século 20. Ele compartilhou o prêmio Formentor dos Editores Internacionais com Samuel Beckett e foi um bibliotecário municipal de 1939-1946 na Argentina, antes de ser demitido pelo regime Peron.Um de seus mais famosos contos, "A Biblioteca de Babel", descreve o universo como uma enorme biblioteca.


Livraria Lello e Irmão, Cidade do Porto, Portugal

La escritura metódica me distrae de la presente condición de los hombres. La certidumbre de que todo está escrito, nos anula o nos afantasma. Yo conosco distritos en que los jóvenes se prosternan ante los libros y besan con barbarie las páginas, pero no saben descifrar una sola letra. Las epidemias, las discordias heréticas, las peregrinaciones que inevitablemente degenran en bandolerismo, han diezmado la población. Creo haber mencionado los suicídios, cada año más frecuentes. Quizá me engañen la vejez y el temor, pero sospecho que la especie humana - la única - está por extinguirse y que la Biblioteca perdurará: iluminada, solitaria, infinita, perfectamente inmóvel, armada de volúmenes preciosos, inútil, incorruptible, secreta.
Livraria Lello e Irmão, cidade do Porto, Portugal
Acabo de escribir infinita. No he interpolado ese adjetivo por una costumbre retórica; digo que no es ilógico pensar que el mundo es infinito. Quienes lo juzgan limitado, postulan que en lugares remotos los corredores y escaleras y hexágonos pueden inconcebiblemente cesar - lo cual es absurdo - . Quienes lo imaginan sin limites, olvidan que los tiene el número posible de libros. Yo me atrevo a insinuar esta solución del antiguo problema: La Biblioteca es ilimitada y periódica. Si un eterno viajero la atravesara en cualquier direción, comprobaria al cabo de los siglos que los mismos volúmenes se repiten en el mismo desorden (que, repetido, seria un orden: el Orden). Mi soledad se alegra con esa elegante esperanza.

Extraído de "Ficciones", de Jorge Luís Borges(1899-1986)

FIM DO MUNDO DO FIM



Como os escribas continuarão, os poucos leitores que no mundo havia vão mudar de profissão e adotar também a de escriba. Cada vez mais os países serão compostos por escribas e por fábricas de papel e de tinta, os escribas de dia e as máquinas de noite para imprimir o trabalho dos escribas. Primeiro, as bibliotecas transbordarão para fora das casas; então, as prefeituras resolvem (já estamos vendo tudo) sacrificar as áreas de recreação infantil para ampliar as bibliotecas. Depois sucumbem os teatros, as maternidades, os matadouros, as cantinas, os hospitais. Os pobres aproveitam os livros como tijolos, grudam-nos com cimento e constróem paredes de livros e moram em casebres de livros. Então acontece que os livros transbordam das cidades e entram nos campos, vão esmagando os trigais e os campos de girassóis, o Ministério da Viação mal consegue que os caminhos fiquem desimpedidos entre duas paredes altíssimas de livros. Às vezes uma parede cede e há espantosas catástrofes automobilísticas. Os escribas trabalham sem trégua porque a humanidade respeita as vocações e os impressos já chegam à beira do mar. O Presidente da República telefona para os presidentes das repúblicas e propõe inteligentemente jogar no mar o excedente de livros, o que se faz ao mesmo tempo em todas as costas do mundo. Assim os escribas siberianos vêem seus impressos jogados no oceano glacial e os escribas indonésios etc. Isto permite aos escribas aumentarem sua produção, porque volta a haver espaço na terra para armazenar livros. Não pensam que o mar tem fundo, e que no fundo do mar começam a amontoar-se os impressos, primeiro em forma de pasta aglutinante, depois em forma de pasta aglutinante, depois em forma de pasta consolidante e, finalmente, como um chão resistente embora viscoso, que sobe diariamente alguns metros e acabará por chegar à superfície. Então, muitas águas invadem muitas terras, produz-se uma nova distribuição de continentes e oceanos, e presidentes de diversas repúblicas são substituídos por lagos e penínsulas, presidentes de outras repúblicas vêem abrir-se imensos territórios a suas ambições etc. A água do mar, tão violentamente obrigada a espalhar-se, evapora-se mais do que antes, ou procura repouso misturando-se aos impressos para formar a pasta aglutinante, a tal ponto que um dia os capitães de longo curso percebem que seus navios avançam lentamente, de trinta nós descem para vinte, para quinze, e os motores arquejam e as hélices se deformam. Afinal, todos os navios param em diferentes pontos dos mares, encalhados na pasta, e os escribas do mundo inteiro escrevem milhares de impressos explicando o fenômeno, cheios de uma grande alegria. Os presidentes e os capitães resolvem transformar os navios em ilhas e cassinos, o público vai a pé, por cima dos mares de papelão para as ilhas e os cassinos onde orquestras de música típica argentina e de música local amenizam o ambiente refrigerado e se dança até altas horas da madrugada. Novos impressos se amontoam à beira do mar, mas é impossível metê-los na pasta e assim crescem muralhas de impressos e nascem montanhas à beira dos antigos mares. Os escribas percebem que as fábricas de papel e de tinta vão falir e escrevem com uma letra cada vez menor, aproveitando até os cantos mais imperceptíveis de cada papel. Quando a tinta acaba, escrevem a lápis etc; ao acabar o papel, escrevem em tábuas e ladrilhos etc. Começa a difundir-se o hábito de intercalar um texto em outro para aproveitar as entrelinhas, ou se apagam com lâminas de barbear as letras impressas, para utilizar novamente o papel. Os escribas trabalham devagar, mas são em tal quantidade que os impressos já estabelecem uma nítida separação entre as terras e os leitos dos antigos mares. Na terra vive precariamente a raça dos escribas, condenada a extinguir-se, e no mar estão as ilhas e os cassinos, isto é, os transatlânticos onde se refugiaram os presidentes das repúblicas, e onde se celebram grandes festas e se trocam mensagens de ilha a ilha, de presidente a presidente, e de capitão a capitão.

(Fonte: CORTÁZAR, Julio. Fim do mundo do fim. In:____. Histórias de cronópios e famas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.)

Depois de uma semana meio "pesada"...


Essa é a capa do Livro Urbano do Profeta Gentileza lançado em celebração da conclusão do restauro de 56 pinturas da paisagem urbana carioca, que se encontram desde o Caju à Rodoviária Novo Rio. No livro, os autores registram o processo e documentam as imagens, além de trazer as versões das mensagens do Profeta em inglês e espanhol.
Legal né??? Para saber mais veja aqui a reportagem que saiu na Revista Cultura. Tá bem bacana!!!






Namastê!!!



Biblioteca pública em Kansas City - EUA

1 - Existe um livro que lerias e relerias várias vezes?
O dia do Curinga, de Jostein Gaarder. É um livro sobre uma viagem fantástica sobre um garoto que parte em busca de sua mãe que o deixou oito anos antes. No meio da viagem ele encontra um livro mágico que desencadeia uma história paralela com seres fantásticos, histórias de família na incessante busca de conhecimento e da filosofia.
E também O Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry. Uma obra aparentemente simples mas que traz um pensamento profundo assim como uma mudança de valores, que ensina como nos equivocamos na julgamanto das coisas e das pessoas que nos rodeiam e como esses julgamentos nos levam à solidão. Nós nos entregamos a nossas preocupações diárias quando nos tornamos adultos e o livro nos faz lembrar a criança que fomos.

2 - Existe algum livro que começaste a ler, paraste, recomeçaste, tentaste e tentaste e nunca conseguiste ler até ao fim?
Alguns até hoje, sito aqui mas não como forma de prevenir quem ainda não leu, pois leitura é muito pessoal para tentarmos negar o direito que a pessoa tem de querer conhecer. Mas os que ainda não consegui ler são: Iracema de José de Alencar, O Hobbit de J. R. R. Tolkien e Memorial do Convento de José Saramago, mas como sou insistente, um dia eu retomo as leituras.

3 - Se pudesse escolher um livro para ler para o resto da tua vida, qual seria ele?
Já escolhi, um livro que já reli inúmeras vezes que é Agua Viva de Clarice Lispctor. Tenho dois um bem antigo comprado num sebo e uma novinho que ganhei. Sempre leio o velhinho, tem várias partes marcadas com cores diferentes, cada cor correnponde a uma das vezes que li. Parece que ela escreveu o livro de um fôlego só, é emocionante, com doses de surrealismo intensificada pela falta de significação proposital nos transportando a um oceano de sensações e isso me inspira a escrever algumas bobagens...

4 - Que livro gostarias de ter lido mas que, por algum motivo, nunca leste?
A metamorfose de Franz Kafka, mas acabei de começar a leitura...

5 - Que livro leste cuja ‘cena final’ jamais conseguiste esquecer?
O Guarani, de José de Alencar foi o primeiro que li cujo final foi emocionante, depois vieram outros como...
A cidade do sol de Khaled Hosseini que acabei de ler, nunca chorei tanto ao ler um livro como chorei durante a leitura desse. É a história de duas afegãs que se encontram e suas expectativas sobre suas vidas e seu futuro. Sem palavras, extremamente emocionante.

6 - Tinhas o hábito de ler quando eras criança? Se lias, qual era o tipo de leitura?
Sou leitora desde criança, filha de professora, minha casa era uma verdadeira biblioteca desde sempre. Mas os meus preferidos eram os contos de fadas, tínhamos diversas versões de diversas histórias...

7 - Qual o livro que achaste chato e mesmo assim leste até o fim? Por quê?
Anjos e Demônios de Dan Browm. Na verdade não gostei do começo pois já tinha lido O Código da Vinci do mesmo autor e achei ambos muito parecidos, porém no decorrer da leitura, a trama foi ficando cada vez mais instigante e deu até uma pontada de tristeza quando a história acabou.

8 - Indica alguns dos teus livros preferidos.
São tantos, adoro tudo que é fantástico ou que retoma momentos históricos, e não vou indicar aqui os livros que já falei então vou indicar outros pra vocês:

- O Físico de Noah Gordon; um livro que explicita as emoções, proporciona uma transformação dentro da gente assim como nossa percepção do mundo e das pessoas.
- As Brumas de Avalon de Marion Zimmer Bradley, (São quatro volumes: A Senhora da Magia, A Grande Rainha, O Gamo-Rei e O Prisioneiro da Árvore); uma narrativa que envolve a saga lendária do Rei Artur, e mostra as culturas cristã e pagãs suas desesperadas guerras pela sobrevivência contra a invasão saxônica até as tragédias que acompanham Artur até a sua morte e o fim da influência mítica por ele representada. na época da formação da Bretanha, Uma história cheia de magia e misticismo.

- O egípcio de Mika Waltari; história de um médico também, o egípcio Sinhue, suas viagens pelo mundo antigo e todo o período histórico que tumultuou o Egito na época do faraó Akhnathon.
- O Alquimista, do Paulo Coelho; apesar do preconceito que rola em alguns meios que trabalham com a literatura, (o meu por exemplo), os livros dele sempre me fizeram pensar e reavaliar minha maneira de ver o mundo. Quando uma pessoa realmente deseja algo, o universo inteiro conspira para que seu sonho se realize. Santiago, o protagonista deste livro, já faz parte de uma seleta galeria de personagens ilustres e nos conduz, através de sua história, a viver uma excepcional aventura.
-  O nome da Rosa de Umberto Eco; Ficção de estréia de Umberto Eco, "O Nome da Rosa" é um romance cuja trama se desenrola em um mosteiro italiano na última semana de novembro de 1327. Ali, em meio a intensos debates religiosos, o frade franciscano inglês Guilherme de Baskerville e seu jovem auxiliar, Adso, envolvem-se na investigação das insólitas mortes de sete monges, em sete dias e sete noites. Os crimes se irradiam a partir da biblioteca do mosteiro: "o nome da rosa" era uma expressão usada na Idade Média para denotar o infinito poder das palavras.

- E por último (senão não paro mais de escrever), como sou apaixonada pelos policiais de Agatha Christie vou indicar o último que li dela: E no final a Morte, narra uma trama de mortes numa família depois do retorno do patriarca da família trazendo consigo uma concubina. Agatha Christie une um sólido conhecimento do Egito Antigo à capacidade mágica de criar enredos de grande suspense, levando sua maestria para um cenário inusitado.

9 - Que livro estás a ler neste momento?
- O livro do riso e do esquecimento de milan Kundera e estou amando, acho que vou indicá-lo no O que elas estão lendo!
- A metamorfose, de Franz Kafka; que estou bem no comecinho...
- e Lewis Carrol: Alice no país das maravilhas, um clássicoque não leio desde criança!



"O universo (que outros chamam a Biblioteca) compõe-se de um número indefinido, e talvez infinito, de galerias hexagonais, com vastos poços de ventilação no centro, cercados por balaustradas baixíssimas. De qualquer hexágono, vêem-se os andares inferiores e superiores: interminavelmente...
...Como todos os homens da Biblioteca, viajei na minha juventude; peregrinei em busca de um livro, talvez do catálogo de catálogos; agora que meus olhos quase não podem decifrar o que escrevo, preparo-me para morrer, a poucas léguas do hexágono onde nasci. Morto, não faltarão mãos piedosas que me joguem pela balaustrada; minha sepultura será o ar insondável; meu corpo cairá demoradamente e se corromperá e dissolverá no vento gerado pela queda, que é infinita".

Trecho de A Biblioteca de Babel de Jorge Luis Borges

Borges, desde a infância, sofreu de problemas de visão. Depois de oito operações , ele não conseguia mais ler e escrever e admitia, com resignação, que em sua cegueira nada havia de dramático ou patético, comentando: "...esplêndida ironia de Deus em conceder-me a um só tempo oitocentos mil livros e a escuridão".

“Sempre imaginei que o paraíso será uma espécie de biblioteca.”
(Jorge Luis Borges)
Jorge Luis Borges nasceu em Buenos Aires no dia 24 de agosto de 1899 e faleceu em Genebra no dia 14 de junho de 1986. Suas obras literárias foram traduzidas para 25 idiomas. Confira agora algumas frases de Jorge Luis Borges.
“Apaixonar-se é criar uma religião que tem um deus falível.”
( Jorge Luis Borges )
“A beleza é esse mistério formoso que nem a psicologia nem a retórica a decifram.”
( Jorge Luis Borges )
“Que o céu exista, ainda que nosso lugar seja o inferno.”
( Jorge Luis Borges )
“A juventude me parece bem mais próxima agora do que quando eu era jovem.”
( Jorge Luis Borges )
“Pensar é esquecer diferenças, é generalizar, abstrair.”
( Jorge Luis Borges )
“Esporte: eu creio que teria que inventar um jogo no que ninguém ganhasse.”
( Jorge Luis Borges )
“A biblioteca é uma esfera cujo centro cabal é qualquer hexágono, cuja circunferência é inacessível.”
( Jorge Luis Borges )
“A literatura não é outra coisa além de um sonho dirigido.”
( Jorge Luis Borges )
Sonhar é a atividade estética mais antiga.”
( Jorge Luis Borges )
“Há derrotas que têm mais dignidade do que a vitória.”
( Jorge Luis Borges )
“Antes as distâncias eram maiores porque o espaço se mede pelo tempo.”
( Jorge Luis Borges )
“A felicidade não precisa ser transmutada em beleza, mas a desventura sim.”
( Jorge Luis Borges )
“Parece-me fácil viver sem ódio, coisa que nunca senti, mas viver sem amor acho impossível.”
( Jorge Luis Borges )
“Só aquilo que se foi é o que nos pertence.”
( Jorge Luis Borges )
“Se de algo sou rico é de perplexidades e não de certezas.”
( Jorge Luis Borges )
Jorge Luis Borges nasceu em 1899 na cidade de Buenos Aires, capital da Argentina e faleceu em Genebra, no ano de 1986. É considerado o maior poeta argentino de todos os tempos e é, sem dúvida, um dos mais importantes escritores da literatura mundial.

"Seu texto é sempre o de uma pessoa que, reconhecendo honestamente a fragilidade e as limitações do ser humano, nos coloca diante de reflexões nas quais, com freqüência, está presente o nosso próprio destino." (Miguel A. Paladino).



FRAGMENTOS DE UM EVANGELHO APÓCRIFO
 (trecho)   Tradução de Carlos Nejar e Alfredo Jacques

30. Não acumules ouro na terra, porque o ouro é pai do ócio, e este, da tristeza e do tédio.

Hoje minha indicação de leitura para o Blog O que elas estão lendo foi publicada!!! Sugeri um livro lindo que li que falo um pouquinho aqui pra vocês!


Irmã do meu coração é um dos melhores livros que já li. O livro provoca o encantamento na suavidade das palavras e do contexto indiano que a autora se utiliza para contruir a história de Sudha e Anju, as irmãs/primas protagonistas da história. A cumplicidade sem fim entre elas é de uma delicadeza transcendente. Dotadas de personalidades distintas e de temperamentos contrários, porém de um amor incomensurável e uma união que nem mesmo o ciúmes e os trágicos acontecimentos envoltos a vida de cada uma foram capazes de destruir. O livro inspira doação, sentimento de fraternidade, amor, e acima de tudo, sentimento de respeito entre duas pessoas que se conhecem na profundidade da alma, fazendo-as mais do que meras amigas, ou primas, mas irmãs de coração. Um livro tão intenso que faz sofrer e sorrir com as agruras e vitórias das irmãs de Calcutá.

É desesperadora, excitante, envolvente, sufocante e sedutora a história da Dama das Camélias de Alexandre Dumas Filho. Acabei de lê-lo e me sinto arrebatada, exausta de tanto sofrer junto com os personagens Marguerite Gautier e Armand Duval que vivem um amor sincero, arrebatador e desiludido. A história de amor mais triste que li na vida. Alguma semelhança com a vida real é mera coincidência!

Greta Garbo como a cortesão Marguerite Gautier, com um buquê de camélias


A camélia, flor usada pela cortesã Marguerite, é uma flor emblemática e de forte significado. Durante toda a história ela foi usada por personalidades ou representada de inúmeras formas, mas denotando sempre força, firmeza de ideais e liberdade, "grandeza da alma".


Em 1848, o escritor Alexandre Dumas Filho publica o famoso livro A Dama das Camélias, que narra o drama e o romance de uma cortesã por um rapaz da sociedade e todas as dificuldades que ela sofre até o leito de morte por esse amor. A obra foi inspirada no romance do escritor com a cortesã Marie Duplessis, e ainda no fato de ser ele próprio filho ilegítimo de Alexandre Dumas.

A flor também foi símbolo da luta contra a escravidão no Brasil – os abolicionistas a usavam como uma senha para se identificarem – até Coco Chanel, a maior de todas as estilistas, adotou a camélia como símbolo, no entanto, pouco se sabe sobre o que é que a levou a fazer da camélia o seu emblema. Há quem diga que Coco usava uma camélia branca na lapela...


É exatamente essa força que a personagem representa, ela é o vigor do romance, que trata o desejo de Armand em ficar com ela, o sofrimento de ambos e a renúncia por causa desse sentimento tão violento.


É um livro fascinante, comovente. O autor consegue com que sintamos o amor, o desespero, desilusão, desejo... É arrepiante, e sufocante vivenciar esses arroubos. Descrito em lindas palavras que nos faz chorar em prantos!


Mais do que uma história de amor, é a história do amor mais puro e profundo vivido por almas transtornadas, é inefável!

Evite acidentes, faça tudo de propósito!


É ao mesmo tempo fascinante e amoral. Celebra a vida!


Essa que vos fala

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Existe aqui uma mulher Uma bruxa, uma princesa Uma diva, que beleza! Escolha o que quiser Mas ande logo Vá depressa Nem se atreva A pensar muito O meu universo Ainda despreza Quem não sabe O que quer...

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Sejam bem vindos!!!

"Já aviso, aqui a casa é ventilada, o coração é quente e as vontades têm a temperatura exata para os sonhos".
Vanessa Leonardi

Um lema

"Não me pergunte quem sou e não me peça para permanecer o mesmo".

Michel Foucault


Porque?

Pra pensar, pra desabafar, pra gritar pro mundo...
Pra compartilhar, pra chorar e pra rir de tudo!!!

tá procurando o quê?


"Apenas viver não é o suficiente, disse a borboleta, É preciso ter sol, liberdade e uma pequena flor!"

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